O Boi Bumbá Brilhante foi declarado campeão do 67º Festival Folclórico do Amazonas, somando 339,3 pontos com o tema “Terra-Folclore”. A vitória, celebrada pela presidente da agremiação, Djanne Senna, que está acamada, marca o retorno do Brilhante ao topo após 11 anos. No entanto, o resultado foi cercado por críticas, principalmente pelo impacto negativo das falhas técnicas da organização — que, mais uma vez, comprometeram o equilíbrio da disputa.
Com sete títulos no currículo e um histórico de protagonismo no festival, o Boi Corre Campo apresentou o tema “Amazonidade” e obteve 338 pontos, ficando apenas 0,1 ponto atrás do segundo colocado. Apesar da apresentação elogiada por especialistas e pela plateia, a agremiação sofreu prejuízos evidentes devido a problemas de som e iluminação, falhas que foram reportadas por diversas fontes e ignoradas pela comissão organizadora. Essas inconsistências técnicas levantam questionamentos sérios sobre a lisura do julgamento e o preparo estrutural da edição deste ano.
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O sentimento de frustração entre os membros do Corre Campo e seu público fiel é justificado. O festival, promovido pelo Governo do Estado através da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, deveria garantir condições técnicas equânimes para todas as apresentações. No entanto, relatos de microfones falhando, luzes mal sincronizadas e atrasos operacionais afetaram diretamente o desempenho de alguns bois, em especial o heptacampeão, que demonstrou competência e criatividade à altura de mais um título.
Durante a leitura das notas, realizada no Centro Cultural dos Povos da Amazônia, o diretor de eventos da secretaria, José Luís, exaltou o “belo espetáculo”, mas ignorou as críticas legítimas à condução do evento. Embora tenha enfatizado a participação de diversos órgãos públicos na preparação do festival, faltou reconhecimento das falhas técnicas que mancharam a competição. A promessa de escutar as agremiações em decisões sobre estrutura e segurança soa vazia diante da repetição dos mesmos problemas que, infelizmente, definem mais do que deveriam o resultado final.
A classificação geral da Série Master A terminou com o Boi Tira Prosa em segundo lugar (338,1 pontos) e o Corre Campo em terceiro (338 pontos). O festival segue com a apuração dos demais grupos folclóricos nesta terça-feira (29), mas a mancha deixada pela condução da principal disputa levanta dúvidas sobre a credibilidade do evento e impõe ao Governo do Estado a responsabilidade de ouvir as críticas e, principalmente, agir para que os bois não sejam novamente vítimas da desorganização institucionalizada.
