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Manifestação Bolsonarista na Avenida Paulista Tem Baixa Adesão e É Marcada por Protesto de Skatistas
Por Administrador
Publicado em 29/06/2025 19:42 • Atualizado 29/06/2025 19:44
Política

São Paulo, 29 de junho de 2025 – A manifestação convocada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e pelo pastor Silas Malafaia, com o mote “Justiça Já”, realizada neste domingo na Avenida Paulista, em São Paulo, reuniu cerca de 12,4 mil pessoas, segundo estimativas do Monitor do Debate Político do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) e da ONG More in Common. O número, calculado com base em 34 imagens aéreas analisadas por inteligência artificial, representa uma queda significativa em relação a atos anteriores, como o de 6 de abril, que atraiu 44,9 mil pessoas no mesmo local. O evento, que teve início às 14h em frente ao Masp, foi organizado como uma reação ao julgamento de Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF) por suposto envolvimento em tentativa de golpe de Estado em 2022. Apesar da presença de figuras de peso do bolsonarismo, como os governadores Tarcísio de Freitas (SP), Romeu Zema (MG), Jorginho Mello (SC) e Cláudio Castro (RJ), além de parlamentares como Flávio Bolsonaro e Nikolas Ferreira, a adesão foi considerada baixa pelos padrões de mobilizações anteriores. Bolsonaro, inelegível até 2030, usou o palanque para reforçar a narrativa de perseguição política e defender a eleição de aliados ao Legislativo em 2026, afirmando que, com maioria na Câmara e no Senado, a direita bolsonarista poderia “mudar o destino do Brasil”. O ex-presidente também reiterou o pedido de anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, embora organizadores tenham admitido ceticismo sobre o avanço dessa pauta no Congresso.

 

Protesto de Skatistas Rouba a Cena

Um dos momentos mais marcantes do dia não veio dos apoiadores de Bolsonaro, mas de um grupo de skatistas que ocupou a Paulista pela manhã, antes do início oficial do ato. Dezenas de jovens percorreram a avenida com manobras e faixas improvisadas, entoando gritos como “Ei, Bolsonaro, vai tomar no c…”, em um protesto espontâneo contra o ex-presidente. A ação, que viralizou nas redes sociais, gerou desconforto entre os organizadores bolsonaristas e foi amplamente celebrada por internautas contrários ao movimento. Imagens do confronto simbólico entre os skatistas e os apoiadores de Bolsonaro, que já se concentravam na via, circularam intensamente no X, com muitos destacando o contraste entre a energia jovem e crítica dos manifestantes e os discursos de vitimização no palanque bolsonarista. A presença dos skatistas foi vista como um reflexo do desgaste do bolsonarismo nas ruas, especialmente entre gerações mais jovens.

 

Narrativa de Perseguição e Bandeiras de Israel

No palanque, os discursos mantiveram o tom de vitimização, com Bolsonaro sendo apresentado como um “perseguido político” e críticas contundentes ao ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no STF. Faixas com dizeres como “Bolsotrump” e “Trumponaro” reforçaram a conexão do movimento com figuras conservadoras internacionais, enquanto bandeiras de Israel, uma marca recorrente em atos bolsonaristas, estiveram presentes em grande número, refletindo o apoio de setores evangélicos e a proximidade com pautas defendidas pelo governo de Benjamin Netanyahu. Uma figura inusitada também chamou atenção: o vereador Doutor Célio (PL), de Jaboticabal (SP), conhecido como “Lula do Bem” por sua semelhança física com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas alinhado ideologicamente à direita. Vestindo amarelo e um boné com o nome de Bolsonaro, ele atraiu olhares e comentários do público.

 

Baixa Adesão Reflete Desgaste?

A baixa adesão ao ato, comparada aos 185 mil participantes do protesto de 25 de fevereiro de 2024 e os 45 mil de 7 de setembro do mesmo ano, reforça a percepção de que o bolsonarismo enfrenta dificuldades para manter a mobilização nas ruas. Analistas apontam que a ausência de um objetivo claro, como nas manifestações anteriores que focavam em pautas específicas como a anistia ou a liberdade de expressão, pode ter contribuído para o “flop”. Além disso, a crescente polarização e o avanço das investigações contra Bolsonaro no STF podem estar desmobilizando parte de seus apoiadores. Nas redes sociais, comentários de opositores ironizaram o evento. Postagens no X destacaram a baixa adesão, com frases como “Bolsonaro acabou” e “manifestação flopada”, enquanto imagens dos skatistas ganharam destaque. O ato terminou sem incidentes graves, mas a presença reduzida e o protesto espontâneo dos skatistas deixaram claro o desafio de Bolsonaro em manter sua influência nas ruas em um momento de crescente pressão jurídica e política.

 

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